terça-feira, 29 de setembro de 2009

E depois que ela desapaixonou... Sim, ela estava pronta para se apaixonar de novo. E que a paixão volte quantas vezes foram necessárias.
E viva a poesia da vida.

sábado, 26 de setembro de 2009

Várias vidas


Hoje acordei com saudades... Talvez porque a garotinha, magrela, de pernas longas, cabelos lisos, resolveu passear em meus sonhos. Aos 9 anos, ela tinha uma bicicleta-rosa e muito medo do capeta. Ninguém nunca disse a ela que capeta existia, mas a garotinha acreditava que se usasse a cor vermelha ele seria subitamente atraído.

Nem me lembro, quando ela deixou de acreditar no capeta. Acho que foi no dia em que ganhou o primeiro sutiã, que por um acaso era vermelho. A tia Dina o deu. Ela gostava de usar uma bermuda branca e o tal do sutiã, o achava tão bonito que ficava só de sutiã... Ah! Crianças, acho que ela já tinha 10 anos. Depois disso apaixonou pelo vizinho.

O Ciro era loiro, aparentemente alto, gostava de mulheres mais velhas e parecidas com a Daniela Mercury. Sonhava em ter uma namorada com uma moto. Ele tocava violão no fim de tarde, roubava o carro do pai aos sábados, para dar voltinhas no quarteirão. Era o ‘dono do coração’ da Carol loira e da Carol morena. As garotas vigiavam a sacada dele e quando ele aparecia suspiravam, como se ele fosse o ídolo do rock. Aos olhos das garotas era um homem, no auge dos seus 14 anos. O Ciro ficou naquela rua mágica e a Carol loira foi embora, deixando o grande amor da sua vida para trás. Tinha 11 anos, estava na 5° série e muito apaixonada.

Quando mudou para Natal, achou que a mudança fazia parte de um maléfico plano de seu pai para afastá-la do seu grande amor. Durante 2 anos chorava de saudades do menino loiro. Ela caminhava todos os dias na Praia de Ponta Negra esperando encontrá-lo, ali, perdido na praia a procura dela. Ele nunca apareceu. Apaixonada a garotinha cresceu, deixou de ser magrela e começou a ficar gordinha, começou a ter medo de meninos, passou a ter pavor de homens. E tinha horror às lésbicas. Achava nojento qualquer contato humano, tinha nojo de abraços e chorava todos os dias. Chorava de saudade, chorava de dor...

Na época ouvia Leandro e Leonardo na esperança de entrar no rádio e voltar para Goiânia. O mundo era meio mágico e totalmente apavorante.

Carol era o drama em pessoa. Carol transpirava drama. Chorava, chorava, chorava e chorava, mas sempre escondido do pai e da mãe. Talvez porque se sentisse numa prisão. Um dia deram a ela a carta de alforria, tinha acabado de fazer 15 anos. O presente. Advinha? Uma passagem de ida para Goiânia. Aquele foi o dia mais feliz dos 15 anos da vida dela. Ela poderia finalmente reencontrar o grande amor de sua vida.

Foi depois desse retorno que a vida conspirou para que a Carol virasse a Ana Carolina Guimarães. Depois que eu reencontrei o Ciro, o mundo deixou de ser misteriosamente mágico e passou a ser real. Deixou de ser um conto de fadas. Claro que demorou um pouco, mas o caminho estava traçado. Eu me tornaria jornalista e poderia compreender aquele passado. Acredito que podemos ter mais de uma vida numa mesma vida. O mundo daquele tempo era muito diferente do de hoje. Nem usávamos o Real e o Brasil era só tricampeão de futebol. A vida dói muito menos do que doía.

O Ciro estava casado. Trabalhava na C&A. Não se tornou o homem fantástico que eu imaginava que ele era. Era tão comum. Depois dele veio o Bruno, o Carlos Henrique, outros dois Brunos, o Hebert, o Eduardo e o Eduardo Prado.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A noite tá prometendo. Quem é o cara? Onde você vai hoje? Atenção, eu não vou em lugar nenhum.
Não estou paquerando ninguém e nem existe nenhum futuro pretendente, pelo menos por enquanto....
Alooooou... Cortei o cabelo, escovei, pintei... Ah eu fiz as unhas. E gastei apenas 10 reais no pacote completo... Também aproveitei para fazer uma massagem relaxante. Tudo de bom!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Nadar

"Vamos fazer como se fosse um peixinho", professora de natação explicando para mim mãe que é possível respirar na àgua e também abrir os olhos. Olha as perninhas! Agora ela quase consegue boiar na água e está decidida a aprender a nadar.
- Mãe porque você não entra na hidroginástica?
- Eu quero nadar.
- Mas a turma da hidro tem mais ou menos a sua idade.
- Coisa mais boba ficar batendo o pé na água...
Dia 22 de outubro minha mãe completa 60 anos. Nunca tinha visto ela tão feliz quanto agora. Mamãe conta para todo mundo que está aprendendo a nadar, conta dos progressos na natação como se estivesse com apenas 10 anos. Talvez nos momentos dentro da piscina ela tenha apenas isso. A felicidade e a determinação dela são admiráveis.
Eu também estou aprendendo a nadar... Isso é uma outra história.