domingo, 6 de dezembro de 2009

Gosto

Gosto de postar quando estou motivada.
Gosto de acreditar que as coisas só melhoraram.
Gosto de saber que os momentos ruins acabam.
Gosto de ter esperança.
Gosto de dormir.
Gosto de acordar
Gosto da certeza do inesperado.
Gosto de insistir, insistir e jamais desistir.
Gosto do gosto de viver.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Reflexões de uma solteira quase motorista

Estou lendo um quase manual para jornalistas solteiras aos 30 anos de idade. Meu Deus onde cheguei! Calma, ainda não tenho 30, mas antes que eles cheguem minha amiga, Daniella Barbosa, me presenteou com: 31 Solteira. Bem, o livro é divertido, parece um diário de aventuras de uma repórter adolescente em rodadas de crise existencial. Nossa, descobri o quanto tenho sido chata e imatura. Acho que o pior foi notar que minha auto-estima está abaixo do meu joelho. E vamos para operação aumento de auto-estima.
***
Já que estamos falando de diários... Ontem, eu tentei, pela quarta vez, tirar minha quarteira de motorista. E ontem, pela primeira vez, eu passei no teste e fui reprovada por um babaca que só queria se mostrar. Eu confesso que perdi dois pontos por ter deixado o carro apagar, mas o avaliador tirou três pontos no último minuto pelo simples prazer de fazer alguém infeliz. Dava para ver o sorrizinho rídiculo dele. Ele disse que não dei a seta. Professor, meu pai e o instrutor viram o final da minha prova e disseram que foi perfeita. Eu fiz tudo certo, mas ele, estava convencido que ontem eu precisava de mais um reteste.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009


Obrigada! E que venham mais 28 anos.
Um dia me deram asas...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Não vale a pena ligar. Eu sei que não vale e só agora tenho absoluta certeza.
E desse jeito eu vou tendo a certeza que a solidão é melhor do que muita coisa nesse mundo. Ogros, príncipes, sapos e agora os pão-duros, estão fora da minha lista.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

E depois que ela desapaixonou... Sim, ela estava pronta para se apaixonar de novo. E que a paixão volte quantas vezes foram necessárias.
E viva a poesia da vida.

sábado, 26 de setembro de 2009

Várias vidas


Hoje acordei com saudades... Talvez porque a garotinha, magrela, de pernas longas, cabelos lisos, resolveu passear em meus sonhos. Aos 9 anos, ela tinha uma bicicleta-rosa e muito medo do capeta. Ninguém nunca disse a ela que capeta existia, mas a garotinha acreditava que se usasse a cor vermelha ele seria subitamente atraído.

Nem me lembro, quando ela deixou de acreditar no capeta. Acho que foi no dia em que ganhou o primeiro sutiã, que por um acaso era vermelho. A tia Dina o deu. Ela gostava de usar uma bermuda branca e o tal do sutiã, o achava tão bonito que ficava só de sutiã... Ah! Crianças, acho que ela já tinha 10 anos. Depois disso apaixonou pelo vizinho.

O Ciro era loiro, aparentemente alto, gostava de mulheres mais velhas e parecidas com a Daniela Mercury. Sonhava em ter uma namorada com uma moto. Ele tocava violão no fim de tarde, roubava o carro do pai aos sábados, para dar voltinhas no quarteirão. Era o ‘dono do coração’ da Carol loira e da Carol morena. As garotas vigiavam a sacada dele e quando ele aparecia suspiravam, como se ele fosse o ídolo do rock. Aos olhos das garotas era um homem, no auge dos seus 14 anos. O Ciro ficou naquela rua mágica e a Carol loira foi embora, deixando o grande amor da sua vida para trás. Tinha 11 anos, estava na 5° série e muito apaixonada.

Quando mudou para Natal, achou que a mudança fazia parte de um maléfico plano de seu pai para afastá-la do seu grande amor. Durante 2 anos chorava de saudades do menino loiro. Ela caminhava todos os dias na Praia de Ponta Negra esperando encontrá-lo, ali, perdido na praia a procura dela. Ele nunca apareceu. Apaixonada a garotinha cresceu, deixou de ser magrela e começou a ficar gordinha, começou a ter medo de meninos, passou a ter pavor de homens. E tinha horror às lésbicas. Achava nojento qualquer contato humano, tinha nojo de abraços e chorava todos os dias. Chorava de saudade, chorava de dor...

Na época ouvia Leandro e Leonardo na esperança de entrar no rádio e voltar para Goiânia. O mundo era meio mágico e totalmente apavorante.

Carol era o drama em pessoa. Carol transpirava drama. Chorava, chorava, chorava e chorava, mas sempre escondido do pai e da mãe. Talvez porque se sentisse numa prisão. Um dia deram a ela a carta de alforria, tinha acabado de fazer 15 anos. O presente. Advinha? Uma passagem de ida para Goiânia. Aquele foi o dia mais feliz dos 15 anos da vida dela. Ela poderia finalmente reencontrar o grande amor de sua vida.

Foi depois desse retorno que a vida conspirou para que a Carol virasse a Ana Carolina Guimarães. Depois que eu reencontrei o Ciro, o mundo deixou de ser misteriosamente mágico e passou a ser real. Deixou de ser um conto de fadas. Claro que demorou um pouco, mas o caminho estava traçado. Eu me tornaria jornalista e poderia compreender aquele passado. Acredito que podemos ter mais de uma vida numa mesma vida. O mundo daquele tempo era muito diferente do de hoje. Nem usávamos o Real e o Brasil era só tricampeão de futebol. A vida dói muito menos do que doía.

O Ciro estava casado. Trabalhava na C&A. Não se tornou o homem fantástico que eu imaginava que ele era. Era tão comum. Depois dele veio o Bruno, o Carlos Henrique, outros dois Brunos, o Hebert, o Eduardo e o Eduardo Prado.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A noite tá prometendo. Quem é o cara? Onde você vai hoje? Atenção, eu não vou em lugar nenhum.
Não estou paquerando ninguém e nem existe nenhum futuro pretendente, pelo menos por enquanto....
Alooooou... Cortei o cabelo, escovei, pintei... Ah eu fiz as unhas. E gastei apenas 10 reais no pacote completo... Também aproveitei para fazer uma massagem relaxante. Tudo de bom!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Nadar

"Vamos fazer como se fosse um peixinho", professora de natação explicando para mim mãe que é possível respirar na àgua e também abrir os olhos. Olha as perninhas! Agora ela quase consegue boiar na água e está decidida a aprender a nadar.
- Mãe porque você não entra na hidroginástica?
- Eu quero nadar.
- Mas a turma da hidro tem mais ou menos a sua idade.
- Coisa mais boba ficar batendo o pé na água...
Dia 22 de outubro minha mãe completa 60 anos. Nunca tinha visto ela tão feliz quanto agora. Mamãe conta para todo mundo que está aprendendo a nadar, conta dos progressos na natação como se estivesse com apenas 10 anos. Talvez nos momentos dentro da piscina ela tenha apenas isso. A felicidade e a determinação dela são admiráveis.
Eu também estou aprendendo a nadar... Isso é uma outra história.

sábado, 29 de agosto de 2009


Passo a maior parte do tempo sozinha. E talvez, por isso, eu pense muito na solidão. Eu tenho medo de envelhecer sem filhos, sem um companheiro e sem amigos. Hoje, eu não sou infeliz, mas ando com tanta vontade de ter alguém para chamar de meu amor. Depois de algum tempo sem ninguém acho que estou anestesiada.

Uns anos depois da adolescência eu ainda acreditava em alma gêmea. Passei tanto tempo procurando por ele, que acho que ele passou por mim e acabei o perdendo de vista. Olhei em volta, tentei ler olhares, me apegar em pistas, eu quis acreditar em adivinhos e na pior das hipóteses acreditei na minha mediunidade. É possível sonhar com alguém que você nunca viu na vida e o conhecer um mês depois? Eu sonhei com alguém. Assim, como num sonho ele se foi... Meio abstrato e totalmente inexplicável.

Depois tentei me apegar aos Ogros que apareciam mas eles também não eram... ou não se empenharam em ficar. Acredite! Ogro não vira príncipe quando você o beija!

Agora tento ser pragmática focar meus esforços em coisas que parecem ser controláveis. Tentar ou não uma vaga no mestrado? Começar uma nova carreira? E passar na prova do Detran.
Estou em busca de um sentindo para vida.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

E o povo Lulou

Os rostos estavam pintados de verde, amarelo e preto. Idosos, crianças, mães, pais, jovens, deficientes físicos... A massa estava lá e além da esperança elas traziam no olhar, havia também a expectativa por um momento mágico no encontro com presidente Lula. Eu queria chegar em cada pessoa que estava ali e tentar compreender o que aquele homem significava para elas.

Foi só me aproximar da grade e começar a conversar com uma criança, que várias pessoas chegaram até a mim com um convite em mãos. Elas haviam se cadastrado no programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida e talvez por isso tenham recebido a cartinha do prefeito Iris, em suas casas. Na carta uma espécie de convocação para ver o presidente. Na cabeça de muitas delas era uma possibilidade de garantir a casa própria. Como? Elas acreditavam que estarem ali, na tarde da quinta 13, de agosto, possibilitaria a elas uma vaga no programa do governo.
" O lula é muito bom pra gente!" O menino Gabriel, com lágrimas nos olhos, resumia sua ida até a praça cívica. Ele queria ver de perto o homem que estava mudando a vida deles. Filho de uma mãe deficiente física, catadora de papel e sonhadora. A mãe do pequeno Gabriel sonha em ver os três filhos doutores e com sua casa própria. Para eles o Lula se resume em esperança.
Naquele dia eu vi apenas um líder carismático e um povo hipnotizado por uma espécie de mito.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Decidir ficar 'bonita' e ter uma vida mais saudavel é terrivelmente sacrificante.

Não pode comer chocolates, não pode ficar com preguiça no sofá, não pode esquecer o protetor solar, não pode lavar o cabelo com qualquer shampoo, não pode sonhar com frituras e...

Só pode comer coisas saudaveis e em pequenas quantidades. Eu queria ficar magra frequentando a Richesse e a Fredissimo todos os dias.

domingo, 26 de julho de 2009

Sobre a morte

Ontem, sábado, acordamos assim:
-Seu avô morreu.
Foi um telefonema, da tia Aparecida (irmã caçula da minha mãe )
O que quero contar é... Estávamos nos preparando para a festa de 90 anos do Gerson Felipe, meu avô materno. Dia 15 de agosto, de 1919. Essa é a data em que ele nasceu, está escrita lá em seus documentos pessoais. Sabe o que ocorria nos últimos dias? Ele passava o dia insistindo que não faria 90 anos. Conclusão: Eramos burros e não sabíamos contar.
"Eu faço 89 anos e não vou fazer 90 anos. Porque 90 eu não faço", era assim toda vez que alguém falava de seus 90 anos.
Vovô se conformou e aceitou a festa de aniversário, mesmo jurando que completaria 89 anos. Nos últimos dias era só expectativa. Os irmãos que há muito não via, seriam convidados. Tio Chico, Tio Coco, Manuel e Jales (foram ao velório). Existia esperança em ver juntos todos os netos, filhos, genros, bisnetos e tataranetos. Seria uma grande festa a moda dos 'Felipes'. Não tenho dúvidas que seria. Como todas as festas 'dos Felipes' rolaria barraco, abraços, reencontros, fofocas, beijos, crianças e muita alegria. Rola lágrimas. As vezes arrependimento em alguns olhares e em certa medida alguma exclusão.
Não tenho dúvidas que seria um grande dia e uma grande festa.
Sobre meu avô
Seu Gerson não foi o melhor avô do mundo (pelo menos para mim). Mas teve muito trabalho nessa vida. Ele liderou uma família composta por 9 filhos, sendo sete mulheres e dois homens. Foi forte o bastante para enterrar o filho, Wagner (morreu jovem com seus 20 poucos anos, alguns dias antes deu nascer) e a mulher, Dona Maria ( morreu quando eu morava em Natal). Minha vó era mais forte que meu avô ( pelo menos era assim que me contavam) e por isso por muitos anos escondeu que ele era um galinha. Por isso, também, ergueu o carro para desatola-lo do barro (com meu avô dentro), suportou picada de cobra e escorpião e morou numa espécie de galinheiro ( esse de verdade).
Ela, dona Maria, sabia que eu gostava de Goiabada, por isso mandou para mim em Natal, aquela gostosa que só ela sabia fazer. Ele, seu Gerson, ficou emocionado ao pegar o meu convite de formatura. Passou horas olhando a minha foto e passando a mão sobre ela.
Meu avô não sabia dizer não e por isso 'alguns' pegavam dinheiro com ele emprestado e nunca devolviam. Como o devedor não pagava, um mês depois ele se encumbia de contar para todas as filhas, que contavam para todos os netos e que por fim virava uma roda. O devedor no fim do segundo mês, por meio do telefone sem-fio, já havia virado uma espécie de 'ladrão', sem que o fosse. Isso porque 'nos Felipes' o que mais se faz é falar. Falam de tudo e de todos. ( Eu não me excluo, porque fui a única que virou uma fofoqueira profissional: jornalista!)
Seu Gerson adorava todos os genros e falava todas as bobagens possíveis. Antes de morrer comprou um remédio genérico do Viagra (dessa vez ele contou para o neto). E foi uma neta que encontrou a caixa do remédio, no dia que ele morreu. E na cartela faltava um comprimido. ( Quem sabe esse não foi o desencadeante da morte ? )
Morreu dormindo. Morreu sem problemas graves de saúde. Em casa, sozinho e livre como ele gostava de ser. Foi enterrado 13 anos depois de vovó, ao lado dela e perto do filho, 27 anos depois.
Achei que não iria chorar. Porque era ele. Quando vi o caixão entrando na terra e os soluços por perto. Sabe? Eu chorei. Era ele também que iria embora, meu único avô vivo. E foi ontem, também, que me perdoei. Eu enterrei os meus fantasmas e o meu pavor.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Pesadelos de Anita


Anita, uma garota cheia de complexos, tem sonhos loucos. Outro dia, ela me contou, que perdeu o ônibus e entrou no que vinha depois. E disse, com sua voz de menina, para que eu pensasse naquela viagem como um devaneio do seu inconsciente e que nele estão as chaves perdidas que dão acesso aos seus segredos: Complexo, medos, angústias e desejos.
É interessante poder contar o sufoco daquela noite. Rodou a catraca. Olhou para o assoalho do busão e lá estavam os três corpos. O assassino parecia vidrado. As vítimas estavam espalhadas: uma na vertical, outra na horizontal e uma inclinada. Um dos mortos havia sofrido mais, o assassino teve um grande prazer e o rasgou inteiro. Para a meia dúzia de passageiros do ônibus aquilo era natural, ninguém parecia desesperado para descer.
Anita precisava de um lugar para aguardar a chegada ao seu ponto. A espera parecia eterna e ao olhar pela janela notou que pegou o veículo errado. O caminho que percorria era completamente desconhecido da garota. Eram longos terrenos descampados e com ruas cheias de obras inacabadas. Anita se desesperava e ninguém parecia notar que pessoas estavam mortas. Ninguém parecia mesmo se importar.
Pouco tempo depois, uma jovem morena, barriguda, parecia grávida, encostou em Anita. Ela parecia necessitar das energias da menina e habilidosamente sugava suas energias. A morena tinha apenas um olhar gelado e fixo na nuca da garota.
Pontos e mais pontos passavam e nada do motorista parar. Ninguém parecia querer descer do ônibus, o assassino permanecia no fundo, com seu olhar de “desculpado”, e a luz de alerta acesa parecia não fazer a menor diferença para o motorista.
As horas passavam e Anita se desesperava, porque o ônibus entrava a cada segundo em lugares mais e mais desconhecidos (talvez aqueles lugares sobre os quais eu apenas escrevo). Depois de horas rodando sem destino o veículo começou a diminuir a velocidade, as portas se abriram e num movimento de “alívio” Anita pulou do carro ainda em movimento.
O ônibus fechou a porta e acelerou. Ela estava com as alças da bolsa pendurada no pescoço e num único grito: Droga! Aquela grávida levou a minha bolsa! A jovem de olhar intimidador e fixo havia cortado as alças da bolsa com a ajuda de uma tesoura. Ficou sem celular, sem dinheiro e estava agora no meio do descampado. Anita parecia se sentir perdida. Foi quando ela tomou consciência, e pensou: Isso é apenas um sonho é hora de acordar. Com uma única ordem ela fugiu do que parecia assustadoramente real.
Desde então Anita anda com medo de subir em ônibus. Acho que o inconsciente dela tá implorando pela carteira de motorista.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Michael Jackson

Quatro pessoas marcaram profundamente a minha infância: Xuxa, Madonna, Michael Jackson e Ayrton Sena. São as lembranças mais nitidas que tenho da época em que não perdia um Fantástico. Ontem, no Jornal da Globo vendo os clipes do Rei do Pop foi como se eu voltasse por segundos a minha infância. Ainda lembro das matérias sobre E.Ts e no final o novo clipe de Jackson, que não foram muitos, mas absolutamente marcantes. Achei que ainda veria uma turnê mundial dele.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Caloura

Lendo o Blogger do Rodrigo Alves - Sobre Algumas Histórias - lembrei do meu primeiro dia na Facomb. Além de nos pintar com tinta gache, no dia da matrícula, os meus veteranos, que por sinal o Rodrigo era um deles, nos entregaram um panfleto. Em letras guarrafais estava escrito - JORNALISTA POR FOMAÇÃO - era uma campanha da Fenaj de 2003.
Os meus veteranos também me venderam uma camiseta branca com os mesmo dizeres e com a imagem de um diploma plotada na camiseta.
Naquele dia tudo não fazia o menos sentido. Hoje, seis anos depois, continua não fazendo sentido. Por que? No meu entender não era para discutirmos o valor de um diploma, em qualquer profissão regulamentada e muito menos assistirmos uma decisão dessas.
Minha camiseta continua guardada. É a lembrança do meu primeiro ano de faculdade e a decisão do STF será a lembrança do meu primeiro ano trabalhando como jornalista numa redação de jornal.

domingo, 21 de junho de 2009

Montei uma conta no Twitter.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Coisas boas da vida



Hoje, é aniversário do meu pai. Ao lado, na foto, eu e ele eternizados num desses momentos família. Como perdi a última comemoração, que foi na terça-feira, hoje, no dia oficial, fizemos uma nova festinha. Teve lasanhas da Ana e nhoque, tudo a pedido do papai.
Não pareço uma menina carinhosa e até fico distante do beijo. Eu sou assim e sempre fui. Não gosto de beijos e abraços. Costumo evitar esse tipo de contato inclusive com meus pais. Olha, que o amo muito. Mas, hoje não dei um beijo nele e sinto que não tenha faltado, talvez tenha faltado dizer: Pai eu te amo! .
Ele sabe o quanto o amo.
Na imponente sala de jantar da casa da minha avó, onde as cadeiras são de madeira maciça com leões esculpidos e estofado vermelho, a mesa pesada, o armário com caras de leões e o lustre acorrentado ao teto descendo até o centro da mesa. Com toda aquela atmosfera de passado, por um segundo entrei no túnel do tempo.
Na hora dos parabéns eu ouvi um milhão de outros parabéns. Eu vi o meu avô nos fotografando, as gargalhadas das crianças e um longo abraço entorno da mesa. Eu vi pessoas passando, pessoas ficando e pessoas saindo. Eu vi todos os meus 27 aniversários, quase todos festejados ali. Eu vi amigos e inimigos. Mas vi uma família. Vi minha família. Sabe é bom ter uma família.
Parabéns Papai! Obrigado amigos que estiveram presente porque vocês também são minha família.

quarta-feira, 10 de junho de 2009




Vestido de chita verde-limão com babados roxo-berinjela. A garota também usava um chapéu verde com os mesmos babados roxos e tinha duas bizarras tranças cor de rosa choque. Ainda lembro dos sapatos pretos com as meias berinjelas. Na noite passada eu sonhei com a menina 'bizarra'. Será que é a influência das festas juninas? Por via das dúvidas: Erika eu prometo que não irei vestida com esse 'modelito' para sua festa.
A menina bizarra do sonho era eu. Será que foi a raiva de ontem?Faltou um nariz vermelhinho para completar o estilo.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Só narrar já era o suficiente. ???

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A Virada


“A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás.Mas só pode ser vivida
olhando-se para frente.” ( Frase do filme : O Curioso Caso de Benjamin Button)

O buggy amarelo atravessou novamente o morro do careca. O morro mais famoso do litoral potiguar, na Praia de Ponta Negra. Lá existia um portal. O portal era como no desenho animado Caverna do Dragão, uma porta de retorno para “casa”. No desenho os meninos nunca voltavam para o tempo presente e consequentemente para suas casas e famílias. No meu sonho estávamos predestinados a retornar sempre para praia e Goiânia se perdia, logo em seguida o portal cuspia o buggy com toda família. Estávamos presos eternamente naquilo que se parecia com o paraíso e realmente era para muitos. Mas para minha família Natal se tornou um pesadelo que até hoje ecoa em nossas vidas.

Acordava e o sonho estava lá, de forma objetiva. Olhava ao meu redor e via aquela casa em que micos e “ratos gigantes”, respectivamente, procuravam comida e abrigo. A casa em que uma árvore de serigüela majestosa, se erguia no centro, ao lado do banheiro de vidro e de frente para quarto dos meus pais. Uma casa em que não havia piso, apenas tijolo aparente- nas paredes e chão. Janelas e portas de madeira. Parecia um museu perdido no tempo. Uma casa no meio de um pomar, em que se ouvia tambores e cantos afro, nas noites de quarta. Eramos vizinhos de um terreiro de umbanda que ficava nos fundos. Para uma crianças cantos apavorantes de rituais que na minha imaginação eram uma forma de chamar o demônio. O meu quarto o dos pesadelos, não era só meu, era dividido com minha irmã, meu irmão e com todos os hospedes, que vinham nos visitar. No quarto da casa estranha cabiam seis camas, três redes e alguns colchões no chão.
*** continua...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Frio = Preguiça

Que frio bom! Pena que dá preguiça, aliás uma preguiça enorme. Só tenho vontade de ficar em casa dormindo. Outra coisa legal seria ficar mergulhada numa banheira de água quente até que o frio acabasse (Em dias assim sinto saudades de Caldas Novas). Será que eu derreteria até o fim da friagem? Andei olhando a previsão do tempo, na página do inmet, descobri que as perspectivas não são nada agradáveis, a temperatura deve cair mais ainda. Sexta-feira é o dia 'D' , dia da menor temperatura do ano, em Goiânia, abaixo dos 10°. Ontem, foi meu dia de folga e adivinhe? Eu dormi, passei o dia debaixo das cobertas e comecei a ler um livro de memórias - A Soma dos Dias. Quero dias de folga até acabar o frio. Só de pensar em sair na rua tenho calafrios.
Com o frio descobri que o Tufinho, meu cachorro, tem medo das minhas pantufas, elas são em formato de gatos, cinza persa, de pelúcia (igual a Camilinha-minha gatinha que desapareceu). Ontem, ele passou o dia correndo atrás dos meus pés. Foi até divertido.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Pássaros



Estes na foto são o biológo Danilo e a simpática Flávia. Danilo é hoje o responsável pelo viveiro de aves da Pousada do Rio Quente. No sábado conversamos muito sobre os pássaros do lugar, fui convidada para assistir a soltura de 66 aves entre elas Maritacas e Periquito. É impossível não sair da Birdland - Terra dos pássaros - com a alma mais leve. Esta arara azul da foto foi reabilitada pelos profissionais do viveiro. Ela foi doada a Birdland pelo Ibama, era uma das várias vítimas do tráfico de animais no país. A Flávia não tem uma das garras, mas é de uma docilidade assustadora.

A bela ave não ficou traumatizada com os seres humanos, muito pelo contrário é apaixonada por pessoas. Adora um colo e sua refeição predileta é castanha do Pará. Nos braços dos visitantes até deita de barriga para cima, faz afagos no cabelo e se exibe empoleirada no braço. São momentos de contato tão intenso com a natureza e portanto com a vida que me fazem acreditar que tudo isso aqui vale a pena.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Bom bom bom...


Tenho que admitir se eu vivesse no inicio do século passad0 teria lido o livro as escondidas e possivelmente concordaria em proibir a comercialização do - O amante de Lady Chatterley. O livro foi publicado pela primeira vez nos anos 1920. Lendo a obra é fácil compreender o porquê dele ter sido tão polêmico naquele tempo.

O livro é bom e foi eleito um dos cem melhores romances do século XX. Eu gostei mais das obras do Machado de Assis, que não foram eleitas entre as cem melhores. Clássicos são sempre clássicos. Quanto ao livro vale a pena ler e observar a coragem do escritor em romper tantas barreiras da época.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Capítulo 2




Fiquei tão decepcionada comigo neste início de ano. Falta muito para eu conseguir preencher as lacunas dos meus sonhos e por alguns motivos, pontuais, fiquei paralisada, anestesiada e até em pânico. O meu abril já tem algum tempo que tem sido mais parecido com o mês de agosto, que dizem ser o mês do desgosto. Ontem, percebi que consigo superar as minhas dificuldades e transformar decepção em incentivo. As 'observações desleais' em conselhos e os conselhos em aprendizado.
Fui ao oftalmologista trocar minha lente e descobri que a lente rasgada vai passar por uma perícia técnica para determinar o quê provocou o estrago. As possibilidades são duas: Defeito na lente ou defeito na forma de uso. Já estou espiritualmente preparada para receber a notícia de que a culpa é toda minha. A única coisa que realmente quero é uma lente 'direita' nova e sem custos extras. Simples, não?

terça-feira, 26 de maio de 2009

Durou tão pouco

Uma semana foi o tempo que durou. Tudo que é bom é extremamente complicado e geralmente muito caro. Decedi usar lentes.
Fiz o treinamento no Instituto Pan Americano da Visão. Segui todas as orientações do meu oftalmologista e claro me senti muito bem com as lentes e muito mal também. Elas me fizeram ver com maior liberdade, porque os óculos sempre me encomodaram e eu nunca os usei adequadamente, em parte por causa do meu baixo grau de miopia e astigmatismo. Escolhi as lentes porque queria ver as pessoas em festas e baladas. Ontem, ainda em fase de adaptação, minha lente direita rasgou dentro do meu olho. A mulher da lente disse que ela não rasgou nos meus olhos e sim antes.
Eu garanto que ela rasgou dentro do meu olho. Ela entrou inteira e embuxou depois de uns 20 minutos de uso. Estava na academia, quando o evento ocorreu. Vou retornar ao oftomologista, porque as lentes foram abusivamente caras. A mulher já me alertou que a culpa foi minha e portanto talvez não tenha reembolso.
Estou para morrer.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Eu também andei no citybus

Hoje andei de citybus. Detalhe 'ganhei' alguns passes no programa de insentivo ao uso da nova modalidade de transporte alternativo de Goiânia. A cada 15 reais em compra, no shopping Bouganville, você ganha um bilhete para o citybus.Foi ótimo andar em um veículo silencioso e vázio. Peguei o ônibus na porta da minha casa, aguardei por ele menos de 3 minutos e desci quase na porta do meu destino.
Só tem um problema se eu continuar ganhando passagens isso será um desenssentivo a minha carteira de motorista. Eita!
A passagem cara e a cultura do carro não devem mesmo permitir que a moda pegue em Goiânia. Vamos aproveitar o citybus enquanto tiver promoção.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Chapeuzinho Vermelho na imprensa


As formas de se dizer uma mesma notícia. Um e-mail bem humorado que vez ou outra recebemos por e-mail


JORNAL NACIONAL (William Bonner): 'Boa noite.. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem...'. (Fátima Bernardes): '... mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia'.


PROGRAMA DA HEBE '... que gracinha, gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?'


SUPERPOP (Luciana Gimenez)'... gente, incrível! Vocês viram a história da menina que foi retirada da barriga de um pombo? Incrível, eu não consigo acreditar...'


CIDADE ALERTA (Datena): '... onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades? ! A menina ia para a casa da avozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... Um lobo, um lobo safado. Põe na tela!! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não.'


GLOBO REPÓRTER (na primeira sexta-feira logo após o evento) (Sérgio Chapelin): '... A natureza feroz. Uma batalha selvagem. Os animais que atacam pessoas. Será possível domar estas criaturas? Nesta edição do Globo Reporter você vai conhecer os animais que se alimentam de carne humana. E mais: como evitar os seus ataques; que atitude tomar se você estiver cercado por feras; e incrível a história da garota salva da barriga de um lobo por um lenhador...'


REVISTA VEJA Lula sabia das intenções do lobo.


REVISTA CLÁUDIA Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho.


REVISTA MEN'S HEALTH Vinte exercícios para ter um bíceps de lenhador! 10 dias para perder a barriga!


REVISTA NOVA Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama.


FOLHA DE S. PAULO Legenda da foto: 'Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador'. Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos alimentares dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.


O ESTADO DE S. PAULO Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT.


O GLOBO Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT que matou um lobo pra salvar menor de idade carente.


HOJE EM DIA ( Brito Junior) Atenção telepectador! Nota zero pro Lobo, Chapeuzinho e Lenhador porque eles não dão entrevista a Rede Record porque diz não gostar da emissora. Mas nós sabemos a verdade caro telespectador eles foram proibidos pela a nossa maior concorrente depois de assinarem um contrato de exclusividade. Isso é um absurdo!


ZERO HORA Avó de Chapeuzinho nasceu no RS...


AQUI Sangue e tragédia na casa da vovó.


REVISTA CARAS (Ensaio fotográfico com Chapeuzinho na semana seguinte) Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: 'Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa


PLAYBOY (Ensaio fotográfico no mês seguinte) Veja o que só o lobo viu.


REVISTA ISTO É Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.


REVISTA ÉPOCA Herói nacional - a história do lenhador que salvou uma menina da barriga de um lobo raivoso


REVISTA CAROS AMIGOS Entrevista "bombástica": "Lobos estão sendo vítimas de preconceito em todo o país..."


REVISTA CONTIGO Chapéuzinho pode ser estrela da Globo em próxima novela das 6.


G MAGAZINE (Ensaio fotográfico com lenhador) Lenhador mostra o machado.


SUPER INTERESSANTE Lobo mau! Mito ou verdade?


DISCOVERY CHANNEL Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver.


ROLLING STONE Lobo Mau - A ascensão e a queda do cão pop.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Decisões


Aos 17 anos levei 5 minutos para decidir que não seria mãe aos 17, aos 18 e aos 19. Durante 3 anos eu não engravidaria. Foi fácil decidir, porque naquele dia acabar com minhas espinhas era mais importante do que a maternidade. Este ano ao retornar na minha dermatologista, 10 anos depois do primeiro tratamento e novamente com o rosto marcado pelas espinhas tive que responder a pergunta: Você pretende ter filhos nos próximos 3 anos ?
Eu não pretendo ter filhos. Tenho vários motivos para não querer um agora e mesmo assim tive muitas dúvidas. A isotretinoína medicamento que devo tomar novamente é cheio de reações. Reações adversas. A pele fica maravilhosa após o uso dele, mas a inconveniência é horrorosa. A boca seca, os lábios racham e os olhos ficam secos. A oleosidade natural do corpo começa a ser eliminada e para quem tem em excesso como eu é quase uma mágica. O controle do tratamento é rígido e por isso são realizados exames mensais de gravidez, colesterol e diabetes. Qualquer alteração pode representar o fim do uso da medicação. A isotretinoína é abortiva e continua circulando no organismo por outros 2 anos e pode influenciar na formação do bebê, por isso a decisão de não engravidar é fundamental ser tomada antes de começar o tratamento. Só que no meio do caminho descobri que minhas espinhas voltaram porque meu ovário voltou a apresentar mudanças, minha progesterona voltou a aumentar e as indesejáveis espinhas se sentiram novamente em casa, como no organismo de uma adolescente de 15 anos. Eu tinha 15 anos quando meus níveis de progesterona eram estratosféricos. Mesmo sabendo disso estou disposta a usar a isotretinoína e fazer o controle hormonal.
Eu sempre acreditei que a adolescência foi a pior fase da vida. Essa semana me lembrei porque. Não gostava das espinhas, dos dentes tortos, da minha insegurança, da falta de 'liberdade', das promessas não cumpridas e das paixões platônicas. Minha adolescência não foi infeliz, mas a infância e a vida adulta tem sido milhões de vezes melhores. Mesmo com as intrusas espinhas e com as paixões platônicas. Agora lido melhor com essas questões, porque as soluções existem e sei como resolver.
Decidi que até os 30 anos não serei mãe.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Patologia

É simples: O amor deixa a gente brega!
Um dia me disseram que quando eu encontrarsse o grande amor da minha vida eu saberia. Então... Alou, amorrrrrrr!!! Ouvi e vi fogos de artifício ao seu lado.
Sonhei, chorei, sofri e perdi noites de sono. Dizem que sabemos quando é amor. Será?
Paixão pode ser também uma patologia.

A anaconda de Mambaí



O vacilo de uma garota, de 12 anos, pois fim ao mistério que durou 1 ano e 9 meses, nos arredores do Rio Buriti próximo a cidade de Mambaí, no nordeste goiano, distante 503 quilômetros de Goiânia. No dia 20 de julho de 2007 quando Edvá Florêncio de Barros, 35 anos, desapareceu surgiu a lenda de que ele teria sido engolido por uma sucuri de 8 a 9 metros. A menina, 12 e o tio estariam às margens do Rio quando a cobra apareceu e o arrastou para dentro d' água.

Quase 2 anos depois a sobrinha do desaparecido revelou a verdade durante uma conversa com a tia. Ela teria falado para a tia que tinha medo do irmão porque ele poderia fazer com ela o mesmo que havia feito com Edvá Florêncio. As palavras foram poucas mas suficientes para que a tia desconfiasse de algo errado e denunciasse o sobrinho a polícia. O caso que estava praticamente arquivado foi reaberto pela Polícia Civil na região. O inquérito de responsabilidade do delegado Eduardo José do Prado, titular de Alvorada do Norte, constava a história da cobra e as buscas incansáveis de bombeiros pelas cobras. O delegado explicou que o crime não teve como ser investigado porque a principal testemunha havia mudado do assentamento. Eles tinha uma informação de que os irmãos Florêncio tinham ido morar no interior da Bahia. O casal de irmãos ficaram 'escondidos' até início deste ano. Durante este tempo a história da 'anaconda de Mambaí' ganhou dimensões de lenda interferindo inclusive na economia do município. “Pescadores e turistas sumiram da região com medo da cobra”, relatou Prado.

FIM DO MISTÉRIO

Na semana passada a menina foi intimada para falar sobre o desaparecimento do tio. Na delegacia a garota de feições delicadas, assustada, magra e ainda com um ar de doente, contou o segredo que escondeu durante tanto tempo. Segundo o delegado ela lembrou com detalhes do dia em que o irmão Paulo Florêncio de Barros, 22 anos, assassinou o tio. Era um dia normal na vida da família. A mãe foi para casa de um vizinho do assentamento e os garotos ficaram com o tio. “Sozinhos” tio e sobrinhos se reuniram para cascar coquinhos. Em algum momento Edvá e Paulo ficaram sozinho. A sobrinha que estava no meio do mato só ouviu um barulho seco e voltou para ver o que estava ocorrendo. Ela viu o tio caído no chão, já morto. Edvá havia levado golpes de machado. A menina estava perplexa com a visão da morte. O irmão Paulo teve tempo de pegar as mãos da garota e colocar sobre o coração do tio, para ela ter certeza que ele estava morto. Ela lembra que o irmão falou que ali estavam as digitais dela e por isso a garota poderia ser presa por ter assassinado o tio.

Assim, Paulo Florêncio começou a usar a irmã para esconder o homicídio. Ele montou toda a história da cobra assassina. A cena do crime foi montada meticulosamente pelo garoto. “Colocou uma das chinelas do tio às margens do rio, outra dentro da água junto com um boné e ainda fez uma trilha ao redor do local, para simular um corpo sendo arrastado”, disse o delegado. A menina contou repetitivamente a história da sucuri para os moradores, a Polícia Militar e os Bombeiros de Posse, que tentaram localizar a cobra gigante. A história na época ganhou as páginas do jornais goianos que se basearam nos relatos do bombeiros. As buscas não deram em nada, nem sinais da execução foram encontrados na região. Dois anos depois uma conversa inocente entre tia e sobrinha levou a elucidação do crime.


A PRISÃO

Na sexta-feira, 8, agentes da Polícia Civil do nordeste goiano comandadas pelos delegados Eduardo Prado e André Fernandes prenderam Paulo Florêncio de Barros que confessou o crime. Durante o depoimento ele contou a polícia que matou o tio porque nutria contra o familiar um intenso ódio desde criança. Nas palavas do garoto Edvá seria violento com a família. O rapaz contou que o tio batia na mãe de Paulo com chicote e fazia o mesmo com os avos do garoto e ele ainda abusava sexualmente da sobrinha que presenciou o crime.


Ele repetiu parte da história que a irmã havia contado a polícia. Paulo esclareceu que no dia do crime escondeu o corpo dentro de uma grota, antes de montar a cena da cobra. Paulo Florêncio explicou ao delegado que para que a história da cobra tivesse credibilidade usou a irmãzinha, na época com 10 anos. Ele deixou a irmã sozinha as margens do Rio Buriti. Ela teria que aparecer depois de algum tempo na casa de uma tia deles contando a história da sucuri. Quando Paulo estava no local combinado a menina apareceu gritando e contando a fantástica história da sucuri. Os moradores do assentamento acionaram a PM e os bombeiros foram chamados em seguida. Ninguém desconfiou da cena do crime, pois não foram encontrados vestígios do assassinato.

Para ter certeza que Edvá tinha morrido Paulo ainda cortou o pescoço dele e dividiu o corpo em duas partes para ficar mais fácil do cadáver ser transportado. Com um carrinho de mão levou o corpo para uma grota. Quando as buscas do primeiro dia foram encerradas pelos bombeiros e polícia ele voltou a grota para buscar o corpo. Cavou um buraco de 4 metros ao lado da casa do tio e enterrou o corpo de cabeça para baixo. Durante os 7 dias de buscas ninguém descobriu nada sobre o homicídio.

Edvá Florêncio era o responsável legal pelos sobrinhos, pois a irmã, mãe dos garotos, tem uma deficiência mental que a impede de cuidar dos filhos. Com a morte dele a garota ficou sobre a responsabilidade de Paulo Florêncio que decidiu logo após o crime mudar com a irmã para o interior da Bahia. Sem testemunhas e pistas a polícia deixou o inquérito parado até que a história reapareceu na semana passada.

“As pessoas queriam uma explicação sobre a anaconda de Mambaí. Recebo e-mails até hoje perguntando se a história era real”, contou o delegado. Paulo Florêncio de Barros, 22 anos, está preso na cadeia pública de Simolândia e a irmã dele foi entregue a uma outra irmã filha do pai deles com outra mulher.

Obs: A foto é da casa de Edvá no assentamento PA em Mambaí.Local onde o corpo foi enterrado.

domingo, 3 de maio de 2009

O MENINO DO PIJAMA LISTRADO


O Menino do Pijama Listrado _ Um dos livros mais saborosos que li nos últimos anos. O autor John Boyne nos leva com muita propriedade até o universo de Bruno, um alemão de 9 anos, filho de um comandante nazista. A interpretação imatura e quase cega do garoto sobre o holocausto nos leva a ver todo horror com outros olhos. Eu recomendo! Só lendo para compreender o Fúria e a Haja-Vista

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Julinho quer salvar minha alma


- Você não é evangélica?


- Não


- Deus me contou que você iria sentar ao meu lado hoje. Você percebeu que foi a única pessoa que sentou perto de mim?

Eram 16h21 quando entrei no Veiga Jardim. Domingo, dia de pouco ônibus e de muita gente “estranha”. Ele estava sentado na primeira cadeira após a porta do meio. Camisa azul riscada de botões, calça bege, duas sacolas grandes, uma cheia de sucata, as mãos estavam sujas, dedos pretos e unhas escurecidas. Olhos castanho claro e o dente da frente quebrado. Sentia que o meu companheiro de viagem não tomava banho há muito tempo, mas não se parecia com os catadores de sucata que vemos nas ruas de Goiânia.

“Prefiro trabalhar a ficar em casa. Em casa brigo com meus irmãos e como só tenho meu pai e minha madrasta, prefiro ficar nas ruas trabalhando. Sou jardineiro profissional e cato latinhas nos fins de semana para comprar roupas e ficar bonito.”

Eu já havia arrependido de ter me sentado ao lado dele. O cheiro da sujeira estava me nauseando e quando ele começou a contar sua história esqueci do cheiro, comecei a prestar atenção apenas nas histórias, meu coração amoleceu e achei que foi sorte minha sentar ao lado de Julinho. O catador de latinha foi me contar sua sina de pregador. Ele disse que era mandado pelo o Senhor, que ouvia uma voz e fazia tudo que Deus o mandava fazer. Naquela tarde Deus mandou que ele se encontrasse comigo e me dissesse que eu seria salva. Ele não deixou que eu dissesse nada. Só ele falava.

“Olha hoje eu vou orar muito por você e por sua filha que vocês são duas criaturas abençoadas” - eu estava sozinha no ônibus e não tenho filhos, ele estava convicto de que eu tinha uma filhinha e falou muito nela durante a viagem. Ele contou que o Senhor tem sido maravilhoso com ele.


No último feriado foi mandado por Deus para ir até uma Avenida no centro de Goiânia salvar uma mulher que seria puta. Ele disse que ouviu Deus e foi. Aquele dia segundo ele era uma provação da fé dele, porque era tarde da noite e o local onde foi tinham muito enviados do demônio, quando ele chegou ao próximo a um posto de Combustível, um homem tentou roubar o capacete que ele tinha nas mãos e ele fugiu. Durante a fuga se deparou com a moça. A mulher com que haviam mandado que ele a encontrasse, estava lá. Ele chegou nela e disse a mulher que ela seria salva. Julinho orou com a jovem puta e me disse que tinha uma bíblia nas mãos. A mulher chorou muito e agradeceu a atenção dele. Julinho se escondeu dentro do posto até dar ora do ônibus voltar a passar.


“Eu prego nos terminais moça. Eu não sou doido, eu sou cristão em missão de salvar almas”.Será que sou tão pecadora e Julinho salvou minha alma? Ele disse que o capeta estava querendo me desviar do caminho do bem, mas que eu era uma moça boa e que o Senhor gostava de mim. Eu fiquei com medo, não das palavras, mas fiquei com medo.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Dona Odete vê fantasmas

“Eu ouvi alguém bater na janela. Tinha acabado de apagar todas as luzes do prédio. Resolvi subir e ver se ninguém havia entrado durante o expediente e ficado preso. Quando cheguei no segundo andar todas as luzes se acenderam. Meus braços ficaram arrepiados”, narrava dona Odete, na tarde de quarta-feira. Estavamos dentro do ônibus, lotado, chamado de expresso que leva as pessoas ao bairro Colina Azul II, em Aparecida de Goiânia. Eram 16h40 quando aquela contadora de história conseguiu prender a atenção de todos os passageiros que estavam a sua volta.

Eu estava a uma cadeira de distância dela. Alegre, contou que ontem não trabalharia a noite, pois havia substituído no período da tarde uma colega que levaria o filho ao médico. Antes disse que era perigoso carregar bolsa, sitpass e qualquer coisa de valor nas ruas da grande Goiânia. “ No centro, na Praça Cívica, tem uma gangue que tem preferência por roubar sitpass. As vezes levam bolsas também. São dois homens e uma mulher. Percorrem toda a praça a procura de desavisados que deixem as bolsas ou o pass a mostra,” reclamava Odete para a colega.
Ela parou de carregar bolsa. A escova de cabelo e a maquiagem ficavam no trabalho e a roupa que sempre trocava, agora, carregava numa sacolinha de supermercado. Assim, Odete se sentia segura contra os bandidos. Narrava suas histórias enquanto reparava na minha bolsa. Não disse, mas parecia me achar uma tonta e uma presa fácil para gangue da Praça Cívica.

Enquanto ela me dava as dicas, como me portar como passageira de ônibus em tempos de violência, eu prestava toda a atenção do mundo sem contestar nada, apenas perguntando e tentando tirar dela mais informações. A história do fantasma me interessou.

- Onde a senhora trabalha?
- Na Affego.
- Como surgiram essas histórias de fantasmas?
- Ah minha filha. Muitos fiscais morreram ali mesmo no prédio. E as pessoas dizem que a noite eles voltam para trabalhar. Todo mundo tem uma história assim para contar.
- Onde fica a Affego?
- Ali no centro, próximo a Praça Cívica. Eu trabalho a noite. Não tenho medo de fantasmas já me acostumei com eles. Para não ouvi-los trabalho. É só parar de trabalhar que os barulhos começam.
Quando é um funcionário novato ela diz que antes dos barulhos começarem “eles” tocam a campainha. A pessoa vai atender e descobre que não tem ninguém. Tocam de novo e o incrédulo começa a acreditar em fantasmas. O dia em que “eles” estão muito animados Odete diz que se agarra ao nome do senhor. Pede para Jesus afastar o que tiver ali. Como é evangélica ela não crê que sejam almas penadas e sim obra do demônio. Para ela fantasmas não existem. Mas mesmo assim ela conta que conversa com 'eles' e diz:

- Olha eu trabalho aqui. Estou cuidando de tudo para vocês. Não se preocupem.

Falando sobre a violência. Ela ainda acrescentou que o bairro em que mora é muito perigoso. Quando chega em casa altas horas da noite, sozinha, desce do ponto e segue orando pelas ruas até chegar ao destino.

- Tchau dona Odete. Boa viagem.

Cheguei ao meu ponto, desci do ônibus e deixei aquela contadora de histórias maravilhosa ir embora, sem que eu pegasse com ela seu telefone. Daria um belo perfil.

terça-feira, 17 de março de 2009

A viagem vai ser longa

O que é mais importante?
Não importa. Depois da peregrinação e de me molhar na chuva é hora de colocar pontos e aproveitar a viagem.
No ônibus - Uma mãe carregava uma filha. A menina, 10 anos, alguma paralisia e sua bela mãe guerreira. Naquela manhã, mãe e filha entravam em seu segundo ônibus, trocavam de veículo no terminal Veiga Jardim. O destino era o Centro de Aparecida de Goiânia - ontem, eu soube: algumas experiências são duras de mais para quem não está pronto.
No mesmo ônibus um homem carregava algumas rosas e várias sacolas do Tatico. Para onde iria?Do que gosta? Quais são seus sonhos? Por sorte um ou outro me conta.
Ontem, chorei...
O jornalismo não vale tudo.
Naquela tarde um menino, desprotegido, 10 anos- mas qualquer um daria menos- me fez chorar.

domingo, 1 de março de 2009

Coragem

Falta coragem para terminar meu segundo trabalho de JL. Ele está aqui quase com o ponto final mas falta a tal coragem ... JL não é assim tão simples. A cada mergulho se ganha algo e se perde também. Encontros, desencontros e muitas histórias acabam eternizadas nos perfis, nas reportagens e nos momentos de troca. Em JL se fica na vida de alguém por mais que um instante é preciso compreender, humanizar e trocar experiências. Espero que o meu "eu" interior possa me salvar nessa reta final e que ele abra os espaços como o profetizado no último encontro.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Pensamento do dia


Desaparecido: Eu acredito e? Basta um encontro no ônibus para eu saber que o desaparecido está mais para aparecido, bem aqui debaixo dos meus olhos. Bem que dizem que o pior cego é aquele que não quer ver.
Lágrimas: Dói... Mas vai ter que acabar. Decretado o fim de algo que nunca existiu. “ Adeus ilusão”
Espera: Estou muito jovem para esperar pela eternidade, rs
Odeio arroz queimado!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Surpresas

Por mais que os acontecimentos da vida pareçam repetitivos existem sempre elementos capazes de nos surpreender. Hoje, foi um desses dias, acidentes,estupros, roubos, furtos, foragidos recapturados e ... O mesmo de sempre para quem escreve para uma editoria de polícia. Só que a sutileza das histórias as vezes me comovem.
Fiquei asssustada quando uma delegada me relatou a história de uma garota estuprada às 4 horas da madrugada de hoje. Porque? Ela estava na rua, porque pensava que era hora de ir para escola. A família de tão pobre não tem relógio e por este detalhe a mãe em sua imprecisão mediu e analisou o tempo errado e mandou a filha para rua muito antes da hora certa.
A garota foi agarrada e levada por um casal, que passava naquela hora pelo ponto onde a menina aguardava a amiga. A menina acabou sendo violentada.
Casos em que envolve crianças sempre me chocam. Sempre.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Acabou



Hoje volto para o trabalho. E agora? As férias acabaram e eu ainda não consegui finalizar o meu segundo trabalho de Jornalismo Literário.
Na foto Edvaldo em seu momento aula. Essa cena não se repete mais esse ano.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Começar


Estou em 2009. Pensando sobre o tempo. Será que o tempo como o concebemos existe? Será que o passado é mesmo passado? O presente é o agora ? E o futuro é o segundo depois do momento? Parece confuso isso? Acho que tudo está acontecendo simultaneamente, então de alguma forma eu já estive em 2009.

O que 2009 contou para mim? Uma adivinha me disse que este ano vai bombar e outro me disse que seria o ano em que tocaríamos o terror. Uau. Vai bombar e tocar o terror? E tudo isso significa coisas muito boas. Comecei o ano em Cuiabá. Se 2009 já aconteceu talvez eu tenha perdido o meu encontro marcado. E o grande amor da minha vida? Ele apenas passou na porta da minha casa e talvez tenha deixado uma pequena pista que esteve por ali ( o interfone estava quebrado e o celular desligado).

2009 tinha acontecido e estou aqui tentando lembrar o enredo. Tentando buscar sentido para tudo aquilo que parecia esquecido. O que eu vi? Que este ano vou ter muito da companhia da Agda, da Erika e do Rodrigo. Como amo essas três pessoas. E vou ter também doses e mais doses do Du, ao telefone e sua jornada do herói do nordeste goiano. Acho que essa parte da vida dele já faz parte da minha. Ele é meu grande amigo para vida inteira. Quem sabe esse ano ele volte e esse ciclo se feche.

Esse ano terem longas horas na redação do O Popular, ajudando a fazer o Daqui. Terei novos amigos, continuarei com meus colegas jornalistas e buscarei novos desafios. Termino minha pós e começo e recomeço e recomeço de novo e o ciclo vai dando suas voltas fazendo um mês melhor que o outro, alguns meses dificieis de suportar e outros de esquecer. E vou estar aqui esperando. Vou estar aqui vivendo. Procurando sentido e quem sabe descobrindo que 2009, já aconteceu e ele terá realmente acontecido em 2010.

O ano promete grandes encontro, novas pessoas e quem sabe um grande amor?