Fui educada para agarrar, com unhas e dentes, o entusiasmo quando ele chegasse em meu caminho. Só que aprendi, com o tempo, que não existe nada mais perturbador que o entusiasmo. Pois, nem sempre que me sinto inspirada e ativa encontro pessoas na mesma "onda", e o entusiasmo em excesso simplesmente enche a paciência da maioria das pessoas. Nessas horas passo uma informação errada sobre o que realmente sou, ou passo a informação correta sobre essa minha natureza "torta", para alguns estou inundada pelo meu egocentrismo, para outras estou mergulhada numa crise de esnobismo e para mim estou apenas comunicando ao meu universo que por mais errada que as coisas tenham se saído até agora, uma hora vai dar certo e essa hora é agora. Afinal, sempre acho que sou a pior em tudo que faço e preciso dizer o tempo inteiro: Ana você também consegue.
Quero me despir de velhos fantasmas e evitar antigos erros. Quero mergulhar nessa piscina de entusiasmo, mas desta vez, quero ser menos, pois estou cansada daqueles olhares tortos e do seu juízo de valor. Tem momentos que precisamos apenas de resultados e de "incentivos", só que não é mais qualquer coisa que me engana.
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Entre tantas coisas a tal "pressão" me sufoca. Sinto dor só de ver a dor, isto desde de criança e quando tem um sofrimento muito grande por perto, coloco uma venda em meus olhos e finjo seguir sem me importar. Tento ficar anestesiada, mas nunca estou.
Então, melhor entrar no fantástico mundo da Ana para não correr o risco de me afogar. Entrar no barco e navegar em um mar de águas calmas. E se isso tudo não resolver, na hora que o universo girar e voltar a conspirar a favor serei a próxima a pedir para sair, porque sempre podemos escolher novos caminhos, afinal, disseram um dia que existe o livre arbítrio e é por isso que tenho direito a uma parte dele.