sábado, 18 de dezembro de 2010
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Uma carta para o futuro
Topei, no ano passado, motivada pela amiga, Ana Carolina Carvalho, participar de uma brincadeira que se chama Uma Carta para o Futuro. E hoje abri a minha carta destinada ao ano de 2010. Decidi dividi-la por meses, não sei se isto foi bom ou ruim, porque o engraçado, desta história, é que eu tinha um fôlego surpreendente para o primeiro semestre deste ano e faltou esperanças e projetos para o segundo semestre.
Não faltaram projetos, muitos deles pareciam até impossíveis, como aquisição do meu carro no final deste ano, que veio no meu aniversário e não no Natal como foi planejado. Por via das dúvidas, tudo que desejei de 2010 coloquei no papel e torci para que naquela carta, os sonhos e a oração contida pudessem por um momento ser realidade. Era meu desejo trabalhando para que o universo conspirasse ao meu favor. Muita coisa deixou de acontecer e outras inimagináveis ocorreram.
A carta não é um milagre, mas projetar e planejar é sim uma arte que nós humanos podemos e devemos fazer. Entre o que poderia chamar de milagre, incluiria encontrar minha alma gêmea, o milagre não ocorreu e ela não veio. Quer saber não estou sofrendo por isso, até porque, foi em 2010 que conheci pessoas especiais e mágicas, dignas de encontros encantados, mas que por essas incertezas do destino não servem para ficar, são apenas para lembrar o quanto é bom viver.
Na minha carta prometi que começaria a estudar para concursos públicos e em nenhum momento de 2010 me aproximei disto, mas a mesma insatisfação que me levou a desejar estudar por algo estável, continua presente. Disse que perderia 8 kg e perdi 4, a metade do planejado. Cheguei a perder 6, mas infelizmente recuperei 2kg. Essa promessa vou renovar e quero eliminar outros 6 quilos neste 2011.
Agora, começo a planejar e projetar o meu 2011 e nele coloco meus sonhos e minha fé para que seja ainda melhor que 2010.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Uma sexta ao lado de L
Na tarde, de julho, em que conheci o autista, surdo e mudo L. de 15 anos, em sua casa, ele estava em crise de agressividade e acompanhado da mãe que tinha um rosto triste e cansado. Saímos da redação umas 16h30 à procura do endereço, levamos cerca de 40 minutos para encontrar a pequena casa, de três cômodos - quarto, sala e cozinha. Lá, existia uma realidade inimaginável, de dor e sofrimento. Momentos que nos fazem questionar uma série de de porquês e no final saímos da experiência sem qualquer tipo de resposta palpável.
Fiquei com o coração cheio de amor, tristeza e dor. Sim, senti dor, pois foi a primeira vez que olhei diretamente para ela.

As vezes era amarrado dentro de casa, outras levado com camisa de força para uma emergência psiquiátrica, mas a grande verdade, depois de seis meses conhecendo aquela família, é que ninguém sabia ou conseguia cuidar do garoto.
Agora, em dezembro, tudo piorou...
_ Ana Carolina?
- Sim.
-Aqui é a Silvana que fui ao jornal para conseguir informações sobre o L.15 anos. Você lembra?
- Claro, você tem alguma novidade sobre ele?
- A mãe dele está internada no hospital, ainda não sei qual é.
Do que me lembro é que L.15 anos e especialmente sua mãe, mexeram demais comigo e dormi preocupada, naquela noite de quinta-feira. Acho que cheguei a sonhar com eles, mas não tenho certeza.
Ora, no outro dia, fui acordada por Silvana e a notícia era assustadora. J.M. 45 anos tinha sofrido uma parada cardíaca e estava respirando com ajuda de aparelhos, o motivo é que sua bronquite e seu estado de saúde delicado se agravaram. A mãe refém do destino e de seu filho doente, está (porque ela continua) internada, na UTI da Santa Casa.
Pelo que soube JM, estava com a pressão alta e com o coração apertado e angustiado por deixar as crianças sozinhas. Naquele dia mesmo, decidi que precisava ajuda-los e o único jeito, que conheço é escrevendo. Liguei para o meu editor, depois peguei o meu carro e fui para a pequena casa do Jardim América, onde os irmãos estavam sozinhos e sendo amparados pela nova amiga.
Desta vez, tive coragem e passei mais de duas horas dentro da casa da família. E sabe que senti um carinho e um amor puro, depois que L.15 anos, segurou minha mão direita, me cheirou, brincou com os meus sapatos e com a caneta que estava em minhas mãos. Ele é uma criança querendo colo e atenção.
Fiz a matéria, saiu no sábado no Jornal DAQUI. E durante a minha visita descobri que por hora, JM, L e D precisam que L estude, faça seu tratamento médico e tenha meios para ir até esses lugares.
L.15 anos precisa de um padrinho ou de padrinhos disposto a ajuda-lo com o tratamento que não deve ficar por menos de R$ 2 mil. JM precisa de paz para se recuperar e a resgatar sua cidadania. Viver com um salário mínimo não é fácil em condições normais e em casos especiais como este é quase impossível. A sorte da família é que existem pessoas generosas neste mundo.
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