quarta-feira, 23 de março de 2011

Até logo

Lembro pouco da tia Cida, minha mãe diz que ela fazia os melhores pães e biscoitos de queijo do mundo e gostava da casa cheia, com crianças correndo de um lado para o outro. Ontem, a mãe dos meus primos, mulher do meu tio Jales, apaixonado e devotado marido, partiu. Maria Aparecida era portadora da Doença de Huntington, uma doença genética, raríssima, degenerativa que atinge 3 em cada 100 mil habitantes. As minhas lembranças da tia Cida começam ai, quando ela descobre e desenvolve a doença. Uma doença que descobri que existia assistindo o seriado House e foi nele que tive uma noção exata da gravidade da sindrome genética que é incurável.   
Não quero falar da relação do meu tio e primos com os anos que conviveram com a esposa e mãe doente. Mas quero lembrar que a vida é tão breve e que as dores precisam ser diariamente enfrentadas. Hoje estou inteira, plena e com saúde para celebrar a alegria de ser humana e poder fazer as minhas escolhas. Eles estão vivos e tristes agora, saudosos pela eternidade, mas com uma capacidade enorme de continuarem a viver de uma forma plena, inteira e feliz. Minhas orações vão para a minha tia e os meus primos, que  estão doloridos e órfãos de uma mãe que precisou muito deles, mas que esteve muito com eles, durante anos que tenho certeza que foram intensos em convivência e trocas de afetos. Uma mãe que amou e foi muito feliz enquanto pode ser e estar com  a sua linda família.  

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