quarta-feira, 20 de maio de 2009

Decisões


Aos 17 anos levei 5 minutos para decidir que não seria mãe aos 17, aos 18 e aos 19. Durante 3 anos eu não engravidaria. Foi fácil decidir, porque naquele dia acabar com minhas espinhas era mais importante do que a maternidade. Este ano ao retornar na minha dermatologista, 10 anos depois do primeiro tratamento e novamente com o rosto marcado pelas espinhas tive que responder a pergunta: Você pretende ter filhos nos próximos 3 anos ?
Eu não pretendo ter filhos. Tenho vários motivos para não querer um agora e mesmo assim tive muitas dúvidas. A isotretinoína medicamento que devo tomar novamente é cheio de reações. Reações adversas. A pele fica maravilhosa após o uso dele, mas a inconveniência é horrorosa. A boca seca, os lábios racham e os olhos ficam secos. A oleosidade natural do corpo começa a ser eliminada e para quem tem em excesso como eu é quase uma mágica. O controle do tratamento é rígido e por isso são realizados exames mensais de gravidez, colesterol e diabetes. Qualquer alteração pode representar o fim do uso da medicação. A isotretinoína é abortiva e continua circulando no organismo por outros 2 anos e pode influenciar na formação do bebê, por isso a decisão de não engravidar é fundamental ser tomada antes de começar o tratamento. Só que no meio do caminho descobri que minhas espinhas voltaram porque meu ovário voltou a apresentar mudanças, minha progesterona voltou a aumentar e as indesejáveis espinhas se sentiram novamente em casa, como no organismo de uma adolescente de 15 anos. Eu tinha 15 anos quando meus níveis de progesterona eram estratosféricos. Mesmo sabendo disso estou disposta a usar a isotretinoína e fazer o controle hormonal.
Eu sempre acreditei que a adolescência foi a pior fase da vida. Essa semana me lembrei porque. Não gostava das espinhas, dos dentes tortos, da minha insegurança, da falta de 'liberdade', das promessas não cumpridas e das paixões platônicas. Minha adolescência não foi infeliz, mas a infância e a vida adulta tem sido milhões de vezes melhores. Mesmo com as intrusas espinhas e com as paixões platônicas. Agora lido melhor com essas questões, porque as soluções existem e sei como resolver.
Decidi que até os 30 anos não serei mãe.

Um comentário:

Maria Cristina disse...

Ai, decisões são sempre difíceis. Acho que sempre estamos tomando alguma. Eu também passo uma fase crítica, mas não é sobre ser mãe. E também decidi: não vou ser mãe nos próximos três anos. No máximo, do meu vaso de violeta kkkk