terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sob a luz sinto

Parque Areião
Sob a luz dourada do sol, sinto a extensão dos dias sem chuva do cerrado goiano, porque aqui faz calor, calor e calor... Às vezes a beleza dos bougainvilles, que vejo da minha janela, são o suficientes para me lembrar o quanto é bom estar em Goiânia, perto de quem amo e fazendo coisas que me dão prazer. 
Em dias como hoje consigo calar meu coração, ouvir um pouco da razão e me perder dentro da claridade e da obscuridade dos meus desejos. São dias em que quero andar perto dos meus impulsos e acordar sem nunca ter desejado ou esperado por beijos seus.
Agora que o sol encontrou seu centro e clareia a minha monótona fantasia de querer controlar o tempo, fico acelerando os segundos, para que minha paciência sobreviva a espera de um novo reencontro. Daqui perco a noção do horizonte e o espelho me mostra imagens deformadas, que se alongam e diminuem, serpenteando a minha volta. O calor, sem uma unica brisa, representa uma grande angústia depois que meus pés tocaram praias distantes e é por isso que hoje estou cheia de uma saudade sufocante. 
O que produz essa saudade?  Essa vontade de ver tudo que ainda não conheço? Essa vontade de estar perto de quem ainda nem existe direito? 
Sinto dificuldade em reconhecer que quero continuar livre, que quero encontrar pela primeira vez alguém decente, desses conquistadores que amem de verdade e não fiquem apenas no plano da paquera desenfreada. Entretanto com tantas desilusões, o tempo ficou cinza, coberto por toda essa neblina de fumaça das queimadas.  Ao pôr-do-sol quero encontrar sonhos incandescentes com a promessa de uma amor real, maduro e quente.   

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