sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O invisível

Foi como ver um raio de luz, sentir os relâmpagos e me perder nas trovoadas. A vida estava lá e como sempre avisava que ela era pulsante e dinâmica, capaz de me fazer mudar de ideia e tentar encontrar novos motivos para as velhas escolhas, que agora me pareciam mais irreais que antes. Sempre acreditei no livre arbítrio, mas nunca acreditei que o universo pudesse nos escolher para algo que parecesse sem sucesso, insólito e as vezes até meio dolorido.
Ontem, durante um almoço foi como entrar em uma nave do tempo e me deixar conduzir pelo passado, presente e  futuro, sem que para isto precisasse descer em qualquer estação, minhas escolhas não eram o foco da conversa que até certo ponto era sim edificante. Estava ali, no local dos encontros, dos sonhos e das esperança. No local onde fui criança, adolescente, jovem e agora adulta. 
Tenho me entregado a esperiências que sempre soube existir, mas que nunca me permiti viver. É como se o mundo invísivel se fizesse visível em questão de segundos e em um piscar de olhos você pudesse vislumbrar o futuro, olhar para ele e ver o que muito o agrada. Preciso de motivação e não tenho dúvidas, mas quero que as pessoas queridas estejam lá. Não quero mais perder.
Ainda tenho dentro daquele sonho de valsa, um abril cheio de luz, várias cenas fragmentadas de um encontro tão bem amarrado pelo destino que anos depois tive coragem de pegar um ônibus e percorrer  mais 500 quilômetros atrás de um sonho, mas naquela estação haviam outros eus e outros você. E sinto em dizer que aquele outro não era você, mas era fantasticamente tão imaturo quanto ou seria eu que não estava pronta? Também não precisava dele, na verdade apenas aquele sentimento que um dia senti, aquele que aprisionei enquanto permiti que o conforto e a ternura invadissem os meus dias, a minha vida e me fizesse incompleta.
Aquele "nosso" segredo, mesmo não tendo sido real, ainda permanece imaculado, guardado para me lembrar que é possível ser feliz.
Quando fecho os olhos, peço para que aquela sensação de completude volte. As vezes ela passa tão perto, que quase dá para tocar... É um brilho no olhar, um sorriso meigo e sincero, um toque, até que alguém estrala os dedos e coloca outros eus e ou outros você dentro daquele pequeno universo e nos desperta, ou me desperta, do sonho.

Real? ... Irreal? Visível ou invisível? Meu sexto sentido parece captar sua presença de volta.... Então, por favor, desta vez fique.


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